Homem morre e outro fica gravemente ferido após explosão em secador de grãos em Assis Chateaubriand, diz PM


Segundo a polícia, as vítimas estavam em plataforma que se desprendeu do secador após uma explosão. C.Vale disse que ambos usavam EPI e que presta assistência às vítimas e familiares. Homem morre após explosão em secador de grãos em Assis Chateaubriand, diz PM
Um homem morreu e outro ficou gravemente ferido após uma explosão em um silo de secagem de grãos da C.Vale, em Encantado d’Oeste, distrito de Assis Chateaubriand, no oeste do Paraná. De acordo com a Polícia Militar a vítima que morreu é do Paraguai. Assista ao vídeo acima.
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O caso foi registrado por volta da 1h15 desta quinta-feira (6). Segundo a polícia, equipes foram acionadas pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) relatando a explosão do secador que fica na PR-364.
A vítima que morreu foi identificada como Júlio Cesar Vera Davalos, de 46 anos, segundo a Polícia Civil. Ele era funcionário terceirizado. O homem gravemente ferido é o jovem Gabriel Marcenichen Mangon, de 23 anos, que foi levado ao Hospital Bom Jesus, de Toledo, na mesma região do estado.
A Cooperativa Agoindustrial C.Vale também é responsável pela unidade de Palotina onde, em julho de 2023, explosões em um silo de grãos mataram e feriram trabalhadores. Relembre a seguir.
Homem morre e outro fica gravemente ferido após explosão em secador de grãos, em Assis Chateaubriand
Arquivo pessoal
No local, a PM afirma que, ao contatar o gerente responsável da unidade, foi informada que os dois homens trabalhavam no secador de grãos e houve uma explosão que atingiu a plataforma de sustentação onde eles estavam.
A estrutura, segundo a polícia, se desprendeu do secador levando à queda das vítimas. A morte e os ferimentos do sobrevivente foram provocados pela queda, conforme a corporação.
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Até a última atualização dessa reportagem, não havia informações sobre a causa da explosão.
A secagem de grãos é o processo de remoção da água do interior dos grãos após a colheita na lavoura. A secagem é necessária para diminuir a umidade dos grãos armazenados reduzindo os riscos de que o produto perca qualidade ou estrague.
O Corpo de Bombeiros esteve no local e constatou que não há indícios de novas explosões ou focos de incêndio no local do acidente. A Polícia Civil e Polícia Cientifica também estiveram no local e investigam o caso.
Investigação
De acordo com o delgado de Polícia Civil de Assis Chateaubriand, Túlio Fernando de Almeida, equipes estão no local colhendo informações e também identificando os responsáveis pela manutenção e demais aspectos do uso do equipamento de secagem.
“Nós precisamos avançar para saber se de fato houve também algum tipo de desuso de material necessário para a segurança do trabalhador e se houve alguma inobservância das regras técnicas. […] Precisamos identificar quem são responsáveis tanto pela fiscalização de cumprimento de regras quanto pela fiscalização e manutenção dos equipamentos”, afirmou o delegado.
No fim da tarde desta quinta, o delegado afirmou que um representante da cooperativa disse que uma estrutura do silo foi “incendiada” e que, na tentativa de conter a situação, dos funcionários teriam se pendurado na estrutura que se rompeu.
O delegado disse que os responsáveis pelo setor e pessoas responsávels pela manutenção da máquina foram intimados a prestar esclarecimentos à polícia. Perícias devem ajudar a esclarecer o que provocou o incêndio e detalhar como tudo aconteceu.
O que diz a C.VAle
Em nota Cooperativa Agoindustrial C.Vale informou que “um prestador de serviço terceirizado e um funcionário da cooperativa estavam verificando um princípio de incêndio em um secador de grãos quando a passarela externa que eles utilizavam cedeu provocando a queda dos trabalhadores de uma altura de seis a oito metros”, diz trecho.
A nota diz ainda que ambos os trabalhadores utilizavam Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e que está prestando assistência às vítimas e familiares.
Acidente em silo em 2023
Câmera registra momento em que silo de cooperativa explode em Palotina
Em julho do ano passado, unidade da Cooperativa Agoindustrial C.Vale em Palotina registrou uma série de explosões em um silo de grãos matando 10 trabalhadores e ferindo outros. Nove dos mortos, eram haitianos.
Relatório do Ministério do Trabalho e Emprego sobre as explosões concluiu que houve um problema na gestão de segurança da empresa. Segundo o documento, o acúmulo de poeira, gerado pela movimentação de grãos nos silos, criou uma atmosfera explosiva. O ministério disse não ter sido possível determinar o que provocou explosão, se foi uma faísca ou fonte de fogo, por exemplo.
O ministério enviou o relatório ao Ministério Público do Trabalho, que vai avaliar se cabe uma ação civil, e também para a Advocacia Geral da União. Até a última atualização do caso, a C.Vale disse que ainda não tinha sido notificada.
A polícia indiciou o gerente geral da unidade, Carlos Matiuz, o gerente do setor de medicina e segurança no trabalho Mauricio da Luz e o analista operacional Elias Maicon Sobrinho, encarrego do setor onde houve a explosão. Os três gestores respondem por lesão corporal e homicídio culposo.
Segundo a apuração da Polícia Civil, os três gestores indiciados sabiam de problemas no sistema de desempoeiramento nos túneis de grãos, local que aconteceu a explosão. Ainda segundo a polícia uma ação dos gestores poderia ter evitado a tragédia.
Durante a investigação a polícia ouviu 47 pessoas e já enviou o inquérito ao Ministério Público, que é quem vai decidir se oferece denúncia.
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