Operação entre Brasil e Itália mira grupo investigado por transporte de cocaína com movimentação financeira de R$ 2 bilhões, diz PF


Nove mandados de prisão foram cumpridos no Brasil e um na Espanha, além de 32 mandados de busca e apreensão em quatro estados. Nomes dos investigados não foram divulgados. Nove presos por tráfico internacional de drogas
Nove pessoas foram presas preventivamente no Brasil e uma na Espanha na Operação Mafiusi, que mira um grupo suspeito de transportar cocaína entre América do Sul e Europa com movimentação financeira de cerca de R$ 2 bilhões, segundo a Polícia Federal (PF).
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A operação que envolve a PF, o Ministério Público Federal, a Receita Federal, a Procuradoria-Geral da República e a Guarda Civil Espanhola, além do apoio da Eurojust, da Europol e da Interpol, também cumpriu 32 mandados de busca e apreensão nos estados de São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Roraima.
Também foram decretados sequestros de imóveis, bloqueio de bens e valores das contas bancárias e aplicações financeiras dos investigados, totalizando cerca de R$ 126 milhões.
As investigações
Operação entre Brasil e Itália mira grupo investigado por transporte de cocaína com movimentação financeira de R$ 2 bilhões
PF/Paraná
As investigações, segundo a PF, mostram que o grupo envolvia uma rede complexa que operava principalmente por meio do Porto de Paranaguá, no Paraná, e por meio de aeronaves privadas.
O trabalho conjunto entre as instituições brasileiras e internacionais teve início em 2019 após a prisão de dois membros da máfia italiana em Praia Grande, litoral de São Paulo.
As operações no Brasil e Europa nesta terça (10) são um desdobramento da Operação Retis, que já havia desarticulado organizações criminosas responsáveis pela logística do tráfico de drogas no Porto de Paranaguá.
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“Durante a operação, foi identificado que os traficantes que contratavam essa logística eram indivíduos de São Paulo, ligados a uma facção criminosas originária daquele estado, além de membros de uma organização mafiosa italiana que atuava no Brasil, sendo responsáveis pela intermediação da compra e envio da droga para o continente europeu”, afirmou a PF.
Além disso, as investigações mostraram também que o esquema envolvia lavagem de dinheiro entre empresas e contas bancárias de fachada. Durante o período de investigação, entre 2018 e 2022, a movimentação financeira dos investigados ficou próxima aos R$ 2 bilhões.
A principal saída da droga era pelo Porto de Paranaguá e a chegada era o Porto de Valência, na Espanha. A droga era ocultada em contêineres com cargas como cerâmica, louça sanitária e madeira, afirmou a PF, além do uso de aeronaves privadas para enviar cocaína para a Bélgica.
Em nota, a Portos do Paraná, responsável pela administração do Porto de Paranaguá afirma que não teve participação na operação, mas que se “mantém à disposição para auxiliar as autoridades no combate a todo tipo de crime”.
A empresa afirmou ainda que por meio da guarda portuária tem feito “ações contínuas para impedir a atuação do narcotráfico dentro da área portuária, tanto, que neste caso, a investigação apontou a ação de criminosos fora da área do Porto”, encerra a manifestação.
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