No Brasil são mais de 300 espécies do mosquito, que mede menos de 4 centímetros. Pesquisador da UFPR explica que picada do inseto causa, mesmo que pequeno, um corte na pele similar ao de uma tesoura. Borrachudos têm menos do que 4 centímetros
RPC
O verão é época de proliferação dos chamados borrachudos, insetos conhecidos pelas picadas doloridas que causam coceira, deixam a pele irritada e, normalmemente, com um “ponto de sangue” ao centro da picada.
No Brasil, pesquisas indicam que existem mais de 300 espécies do mosquito, que mede menos de quatro milímetros.
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Na Universidade Federal do Paraná (UFPR), pesquisadores analisam o ciclo de vida do borrachudo. De acordo com eles, são cerca de 45 dias entre a fêmea do inseto colocar os ovos, eles se tornarem larvas, e, depois, virarem adultos.
Cada fêmea tem capacidade de colocar pelo menos cem ovos e, com o calor, as larvas se tornam mosquitos muito rapidamente.
Às fêmas, também, está a tarefa de picar os humanos. Isso porque elas dependem do sangue de humanos e animais para se reproduzirem.
O biólogo e pesquisador Andrey José de Andrade explica que a dor persistente ocorre por conta do tipo da picada do animal, que faz, mesmo que pequeno, um corte na pele.
“Eles são incômodos. A picada deles é incômoda porque ele corta a sua pele como se fosse uma tesoura. Assim que o borrachudo te pica, você já consegue sentir. Você dá um tapa e, assim que ele sai, fica aquela pocinha sangue. Isso acontece porque ele cortou a sua pele, não canulou o seu vaso”, explica.
O biólogo detalha também que, além da coceira e inchaços, em casos mais graves e raros, a picada do animal pode transmitir doenças como a oncocercose, que afeta a pele e os olhos e pode levar a mudanças de visão e até a cegueira.
Picadas de borrachudos incomodam mais nesta época do ano
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Como se proteger da picada dos borrachudos?
Pesquisadores da UFPR estudam o ciclo de vida dos borrachudos
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A principal forma de se proteger dos borrachudos é usando repelente. No entanto, por se tratar de um produto à base de substâncias voláteis, ele pode evaporar muito rapidamente e, com isso, a pessoa volta a estar desprotegida.
Por isso, Andrade recomenda o uso de cremes para prolongar o efeito do repelente na pele.
“Quando o repelente está em contato com a pele, vai evaporar, vai volatizar. Esse contato com a pele pode ser diminuído antes de passar o repelente. Passa um protetor solar, um creme sem cheiro por baixo, deixa secar, e só depois passa o repelente. Ele ajuda, de certa forma, a segurar mais o repelente no corpo. Diminuindo essa taxa de evaporação, consequentemente você tem uma maior durabilidade”, indica.
Qual o papel do borrachudo na natureza?
Apesar dos inconvenientes trazidos pelo borrachudo, o mosquito desempenha um papel importante na natureza. De acordo com Andrade, o ciclo de vida dele, de larva e pulpa, é fonte alimentar para outros animais, como anfíbios, répteis e peixes.
Para evitar o contato com estes insetos, o biólogo explica que a preservação da natureza é fundamental. Como ele reproduz em água corrente e limpa, se a mata ciliar estiver preservada nos entornos de rios, o borrachudo deve se manter na região, longe da população.
“Eles têm um apelo gigante para a preservação ambiental. Se você preserva o ambiente, se você não degrada, se você mantém uma área para eles se adequarem, você evita esse contato”, defende.
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