Ministério Público volta atrás e pede prisão preventiva de homem investigado por manter esposa em cárcere privado no Paraná


Na sexta-feira (14), suspeito foi preso em flagrante, mas foi solto na manhã de domingo (16) após passar por uma audiência de custódia. MPPR pede a prisão de homem suspeito de manter a mulher em cárcere por cinco anos
O Ministério Público do Paraná (MP-PR) voltou atrás e solicitou, nesta segunda-feira (17), a prisão preventiva do homem de 23 anos investigado por ter mantido a própria esposa, da mesma idade, em cárcere privado por cinco anos em Itaperuçu, na Região Metropolitana de Curitiba.
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A vítima foi resgatada, junto com o filho de 4 anos, pela Polícia Militar (PM), na última sexta-feira (14), depois de enviar um e-mail com um pedido de socorro para a Casa da Mulher Brasileira.
No dia, o suspeito foi preso em flagrante pelos crimes de sequestro, cárcere privado, causar dano emocional à mulher e ameaça, todos no contexto de violência doméstica e familiar contra a mulher.
Porém, na manhã de domingo (16), ele foi solto após passar por uma audiência de custódia.
Na ocasião, o Ministério Público se manifestou contra a prisão preventiva do homem, afirmando que o suspeito não apresentava antecedentes criminais relevantes e que a medida protetiva vigente seria suficiente para preservar a integridade física e psicológica da vítima.
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Agora, ao solicitar a prisão do homem, a Promotoria de Justiça destacou a periculosidade do suspeito e a necessidade da medida para a garantia da segurança da mulher e dos familiares.
“O pedido de prisão preventiva foi realizado após o recebimento de novas informações, sobretudo do temor enfrentado pelas vítimas e seus familiares”, afirma a promotora de Justiça Thaís Bueno Martins Ribeiro.
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Vítima usou e-mail do próprio marido para pedir ajuda
Vítima usou o e-mail do marido, suspeito de agredi-la, para pedir ajuda.
Reprodução/RPC
A vítima usou o e-mail do próprio marido para pedir socorro, porque não tinha acesso a um aparelho celular. O e-mail foi enviado às 7h05 da manhã do dia 7 de março, com o endereço em nome de um homem.
“Me ajudem. Eu sofro muita violência doméstica e não consigo ir até a delegacia. Eu estou sendo vigiada por câmeras 24 horas. Tenho um filho de quatro anos e quero sair de casa com meu filhinho. Ele vê tudo o que passo. Me ajudem por favor”, disse a vítima no e-mail.
Além da denúncia, ela também deu informações sobre onde estava e as orientações para que a ajuda chegasse até o local.
Em entrevista à RPC, afiliada da TV Globo no Paraná, Sandra Prado, coordenadora-geral da Casa da Mulher Brasileira em Curitiba, disse que o nome masculino no e-mail chamou atenção.
O pedido foi analisado por uma psicóloga, que entrou em contato com a Patrulha Maria da Penha, da Polícia Militar (PM), para iniciar as investigações junto à Polícia Civil.
O resgate ocorreu sete dias depois que o e-mail foi enviado, após uma investigação sigilosa.
Quando a equipe policial chegou ao endereço, a vítima negou ter feito a denúncia.
Os policiais, então, pediram para que ela mostrasse o celular que usava e questionaram qual era o e-mail cadastrado no aparelho. Eles notaram que a informações coincidiu com o endereço registrado pela Casa da Mulher Brasileira.
A mulher acabou relatando que sofria violência e era monitorada por uma câmera de segurança instalada na porta da residência. Ela disse que era agredida e amarrada para que não saísse de casa ou denunciasse.
Conivência da família e câmeras de segurança
Vítima mostrou marcas causadas por agressões
PCPR
A vítima contou à polícia que o homem a vigiava por meio de uma câmera de segurança que ficava voltada para a porta da residência.
Segundo o delegado Gabriel Fontana, a polícia apreendeu as câmeras de monitoramento e está extraindo as imagens para integrar as investigações.
A mulher relatou ainda que o suspeito não a deixava contatar outras pessoas se ele não estivesse presente, e que o filho de 4 anos do casal também vivia preso dentro de casa e presenciava as agressões.
Disse ainda que já foi amarrada e asfixiada pelo suspeito em diversas ocasiões. Ainda conforme a mulher, os familiares sabiam da situação e eram coniventes com as agressões, acobertando o marido.
Vítima também pediu socorro usando bilhete
Mulher também pediu socorro por meio de bilhete entregue em posto de combustíveis há 15 dias
PMPR
Há cerca de 15 dias, a vítima entregou um bilhete pedindo socorro em um posto de combustíveis da cidade. Ela estava acompanhada e deixou o papel em um momento que ficou sozinha.
“Me ajude. Sofro muita violência em casa”, dizia o papel.
Na época, a PM foi comunicada sobre a denúncia e fez diligências na região indicada, mas não encontrou a mulher e nem o suspeito. Por conta disso, ela não foi resgatada.
O bilhete, entretanto, ajudou a confirmar que tratava-se a mesma mulher que havia pedido ajuda pelo endereço eletrônico.
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